quinta-feira, 10 de abril de 2014

Sonho de umas noites de verão

Ele acordou no meio da noite, estava todo suado. Teria sido um pesadelo? Mas antes parecia tanto ser um sonho bom...
Ainda na cama, coração acelerado, cabeça confusa, tentava colocar as ideias em ordem. Teria sido mesmo um sonho? Ele estava dormindo? Aos poucos, ao recobrar o raciocínio, começou a rever os fatos: O sonho começara de modo fantástico, afinal após anos de tentativas, ela tinha aceitado dar-lhe uma chance, sairiam para tomar um chope. Após um começo meio complicado, afinal ele estava muito nervoso, tudo correu muito bem, foi um “happy hour” fantástico. Com isso ele conseguiu convencê-la a aceitar acompanha-lo em um jantar, ótimo assim ele teria mais tempo para mostrar como queria conquistá-la.

Na data e hora marcada, lá está ele para buscá-la. A leva ao seu restaurante preferido (mesmo passando por algumas dificuldades financeiras naquele momento), veste sua melhor roupa e usa de toda sua habilidade para mostrar que é um bom partido. Tudo corre muito bem, afinal ela parece também estar gostando dele, dá sinais para que ele avance, parecia que ela não sabia como tinha resistido tanto tempo a esse encontro. Os dois riem, se divertem juntos e saboreiam excelentes pratos.

Ao final do jantar, quando tudo parecia muito bem encaminhado, a conquista era questão de tempo e ele já estava seguro de si, "que tal irmos dançar?", propôs. E logo foram dançar um tango argentino. O sonho começou a tomar traços dramáticos. Não por culpa dela, muito pelo contrário, ela continuava lá, linda como sempre, sorrindo para ele, mas como nos sonhos, ele sentiu seu corpo paralisar, as palavras não saiam mais de sua boca, seu corpo tremia e toda a elegância e força de vontade antes demonstrada foi substituída por uma imagem distorcida de si mesmo, algo não o permitia articular mais nenhuma frase que fizesse sentido, tampouco reproduzir os belos passos de tango que conhecia.  Uma dormência tomava cada um seus músculos e o tornava apático.

Ao vê-lo nessa situação, ela teve a impressão que ele estivesse de gozação, afinal depois de tanto tempo insistindo era assim que ele se portaria quando teve a chance? Não o perdoou, abandonou-o sozinho na pista de dança e foi embora, e ele ficou lá estático enquanto a via sair com outros que também a cortejavam. Antes de perder a consciência pensou: ”quem sabe daqui mais alguns anos...”

De volta a cama, ainda um pouco confuso, pensava se teria sido mesmo um sonho ou se tudo aquilo teria acontecido naquela noite. Após refletir chegou à conclusão que pouco importava, afinal de contas conquista-la ainda não era sua realidade, viu que teria que se tornar alguém melhor antes de tentar novamente. ”Quem sabe daqui mais alguns anos...”


E assim ele, Botafogo, adiou mais uma vez a chance de tentar conquistar América, sua amada.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Um novo ano novo?

   2014 começa a mostrar a sua cara pelas terras de General Severiano, e essa cara se assemelha bastante com a cara que nos acostumamos nos últimos anos. Poucos novos nomes (nenhum deles capaz de empolgar, ou como diz a diretoria, capaz de fechar o aeroporto), alguns velhos e bons nomes foram embora durante o último ano e deixarão saudades. O que realmente o ano nos trará de novo - pelo menos nas últimas quase 2 décadas – é a volta à disputa da Copa Libertadores.

   2014 começa a descortinar-se, e aos poucos contam-se seus primeiros capítulos, qual estória esse livro terá nos mostrado ao chegar ao seu ponto final? Apenas saberemos com o tempo, tudo que nos resta então são subjeções e estimativas. As escolhas operacionalizadas pela diretoria são as melhores? Provavelmente não, pois em tempos de escassez financeira não se pode contar com o melhor, no entanto, com os recursos que temos e (esperando que assim seja) dentro de uma politica de responsabilidade fiscal, precisamos torcer e apoiar aquilo que temos, pois pode não ser o melhor time do momento, mas é o MEU time, é o MEU Botafogo, e é com ele que sofreremos e torceremos no nosso caminho de volta às Américas.

  O pessimismo alvinegro, tão declamado e vastamente difundido pela mídia e boa parte da torcida, já dá seus primeiros passos em 2014. Independente de qualquer resolução na montagem do time e comissão técnica, a ala cricri iria se pronunciar. Com pouco dinheiro para trazer grandes craques, esse eco só faz crescer, mas qualquer decisão seria motivo para reavivar o nosso pessimismo. Mesmo que o gajo CR7 viesse capitanear nossa nau, ouviríamos criticas tais quais: o presidente quer falir o clube, essa contratação é faixada para desviar dinheiro, ou até mesmo: esse jogador é muito metrossexual para vestir a nossa camisa, deveria ir para o Flu.

   Fato é que com pessimismo ou otimismo, com craques renomados ou jogadores que já nos acostumamos a criticar, com comissão técnica milionária ou boas apostas, com Engenhão ou com Maracanã, apenas duas variáveis não podem deixar margens para dúvidas nesse nosso velho ano novo: COM AMOR e COM TORCIDA NO ESTÁDIO. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Chega de trevas, a estrela brilhará na América

 Ao contrário da imprensa esportiva convencional, que abandona as suas origens e prefere se tornar imprensa policial a noticiar as alegrias da derradeira rodada do brasileirão 2013, prefiro manter minha coerência e retratar o que de fato apenas o esporte pode nos proporcionar. Seguindo o que tanto se falou nos últimos dias, como nos ensinou Nelson Mandela, o esporte tem a força de mudar o mundo. Cabe a nós, no entanto, saber qual será o foco dessa mudança. Eu prefiro falar de alegria!

Com um campeonato morno e já decidido há muitas rodadas, pouco se disputava no último fim de semana. A missão mais emblemática, como não poderia deixar de ser, coube ao mais emblemático dos clubes brasileiros. Teríamos que frear a queda livre que nos assola nos momentos decisivos dos últimos anos, teríamos que driblar o clima de insatisfação que separava o time, a diretoria, e a torcida, teríamos que reverter um clima de pessimismo instaurado após dois revezes fora de casa e teríamos que contar com resultados de outros jogos. Enfim, como já estamos acostumados, tudo conspirava contra.

No entanto, o que ocorreu ontem, nos remete a outras eras alvinegras. O time entrou em campo com espírito vencedor, sufocando o adversário, abrindo o marcador logo no inicio do jogo e quase não sendo ameaçado (exceção feita a dois bons chutes adversários, onde o maior ídolo do nosso plantel mostrou que Felipão tem razão em garanti-lo para a copa de 2014). A torcida, num misto de empolgação pela real possibilidade de voltar a disputar a competição mais importante das Américas, e um espírito de homenagem a Nilton Santos, lenda-mor alvinegra, falecido há menos de 15 dias, voltou a encher as arquibancadas. A festa promovida pelos torcedores, como a muito tempo não se via, mostrou a verdadeira cara da torcida botafoguense. A angustia de nossos corações foi recompensada pelo deleite proporcionado pelos torcedores a nossos olhos e ouvidos.Uma torcida que deveria ser notícia, ao contrário do que se vê, onde a visibilidade está com quem briga e não com quem festeja. Por último, um outro ingrediente nos coroou com a vaga no G4, ingrediente esse que a muito tempo não se via por essas bandas, e nos dá tanta certeza de que o G4 não virará G3, A SORTE! Pudemos contar com a vitória de um Santos já de férias, fora de casa, contra um surpreendente Goiás.

A sorte está ao nosso lado, chega de sofrimento. O Lanús- ARG é sim o favorito, vai jogar em casa, onde já eliminou 3 grandes times das Américas (Universidade do Chile, River Plate e Libertad) e ainda está invicto. Quanto a rebaixada Ponte, vista por parte da imprensa, pasmem, como favorita, fez a melhor campanha de sua centenária história, mas convenhamos, a história de Davi contra Golias da final do ano passado - usando um pouco de licença poética para assim definir os argentinos do Lanús-  deverá se repetir e a vaga para a libertadores não há de nos ser tirada.


Parabéns aos alvinegros, estaremos de volta às Américas, e dessa vez para conquista-la. Chega de trevas, A ESTRELA BRILHARÁ!

sábado, 7 de dezembro de 2013

17 anos em 90 minutos

Muitas vezes tratamos o jogo de amanhã entre Botafogo e Criciúma como o mais importante do ano. Longe disso. O jogo de amanhã traz uma carga que nos persegue há anos, desde a nossa última aparição na Copa Libertadores da América. Essa carga, que se acentua a cada campanha que nos impõe a pecha de “cavalo paraguaio”, essa carga que cresceu em 1999, no maracanazzo alvinegro, onde 120mil botafoguenses viram o título da Copa do Brasil escorrer pelos dedos, após um insípido 0x0 contra o modesto Juventude-RS, essa carga que nos assombrou em 2007, no escândalo da “pior arbitragem da história” protagonizada pela bandeirinha Ana Paula em uma semi-final da mesma copa do Brasil, dessa vez contra o Figueirense.
São quase 20 anos de insucessos em competições nacionais e internacionais (afinal, como esquecer o vexame protagonizado pela mesma equipe de 2007 ante um indefeso River Plate pela copa Sulamericana, quando o time foi recepcionado pela torcida no aeroporto com uma chuva de pipocas, em alusão ao comportamento displicente de alguns no jogo do Monumental de Nuñes). Desde nosso triunfo de 1995, nos mantivemos protagonistas nos estaduais (com exceção do período entre 97 e 2006), mas a nível nacional fracassamos sempre que testados, com o ápice da desgraça sendo atingido com o rebaixamento de 2002.

O jogo desse domingo, representa muito mais do que a chance de voltarmos à libertadores, representa a coroação e perpetuação de um processo de crescimento do time do Botafogo. Nossos jogadores provavelmente não fazem ideia do peso e da responsabilidade que carregarão a campo amanhã. Tampouco a grande mídia, que se julga capaz de criticar o comportamento de nossa torcida, sem saber do que está falando. Para compreender toda a fome que temos, não apenas por uma vaga na Libertadores, mas por reconhecimento, por voltar a fazer história, não basta ser graduado em jornalismo, especialista em futebol, ou o que quer que seja. Se faz necessário ser alvinegro, ter estado na arquibancada em grande parte dos insucessos já citados, ter sentido na pele as emoções que sentimos, ter voltado do Maracanã, calado e triste, jurando nunca mais voltar, mas como todo apaixonado, voltar, arrependido de ter duvidado. É preciso ter se iludido, não uma mas várias vezes, achando que “agora vai”, que o título dessa vez não escapa, mas na hora H...


Numa semana tão importante para nós, o que se viu na mídia foi boatos dando conta de que nosso técnico iria para o Santos, nosso craque supostamente se oferecera ao Fla e que o nosso planejamento para o próximo ano prevê uma disputa de Libertadores para a qual não nos classificamos de véspera. Chamo a atenção, portanto, ao que realmente devemos nos preocupar, ao contrário das “mais lidas da semana”, o que de fato deveria entrar em campo (e preferencialmente, também nas arquibancadas) seriam os quase 20 anos de fantasmas que precisaremos exorcizar nos próximos 90 minutos. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O que Nilton Santos representa para a geração pós 1960.

É muito difícil escrever sobre algo tão inexplicável como Nilton Santos. Poucos conseguiram ser justos ao descrevê-lo, e talvez apenas Armando Nogueira tenha conseguido ser brilhante nessa tarefa. No entanto, mais algumas palavras sobre o ídolo nunca são demais, por tudo que ele representa para o Botafogo, para o futebol brasileiro e para o esporte internacional.
O meu foco para falar de Nilton Santos, é um pouco diferente, e a necessidade de escrever partiu após uma observação. Ao acompanhar a despedida ao mestre, a última vez que Nilton Santos esteve nos braços de sua torcida, a caminho de seu derradeiro lar, pude conferir que a maior parte dos presentes, assim como eu mesmo, nunca tínhamos visto Nilton Santos jogar, muitos nem mesmo eram nascidos durante sua época de dirigente do alvinegro. Como explicar esse fascínio que ele ainda causa à torcida, fascínio esse que me faz escrever o texto, e provavelmente lhe faz ler, sem nunca tê-lo visto vestir nosso manto em campo?

Nilton Santos, apesar de ser um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos, não é o nosso maior craque (posto esse ocupado merecidamente pelo Mané, seu grande amigo e companheiro de Botafogo e seleção), no entanto, sem dúvidas, é a figura maior do panteão de Deuses do Botafogo, o ídolo maior, pois é a personificação de tudo aquilo que acreditamos que cada jogador deve ser ao vestir nossa gloriosa camisa. Até mesmo, sobre o amor que cada torcedor tem que sentir ao entoar o nosso hino. Mais do que um jogador, Nilton Santos já nos foi apresentado como mito. Ao ouvir todas as lendas que envolvem seu nome, geralmente contadas por nossos pais e avós, várias gerações cresceram (e ainda crescem) idealizando tudo aquilo que ele representa, e sempre representará, para o nosso clube.

Nilton Santos, para todo botafoguense com menos de 50 anos, não é um jogador, é uma entidade, que sempre esteve num plano etéreo, como se estivesse fora do alcance de nós mortais, dentre esses inclusive, outros craques alvinegros. Como todo mito, será eterno enquanto suas histórias forem contadas de pai para filho, e sem dúvida, enquanto houver um coração alvinegro, Nilton Santos viverá.   

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um pouco de história




O Botafogo de Futebol e Regatas é o resultado da fusão ocorrida em 8 de
dezembro de 1942 entre o Botafogo Football Club e o Club de Regatas Botafogo.
O Botafogo Football Club nasceu de um sonho dos meninos do Largo dos
Leões que, em 12 de agosto de 1904, fundaram um clube para a prática do futebol.
Electro Club foi o primeiro nome, logo alterado para Botafogo, em 18-09-1904, em
homenagem ao bairro. O primeiro título veio em 1907 e a denominação de Glorioso
surgiu com a grande conquista do Campeonato de 1910 sobre o Fluminense. Até o
ano da fusão, o Botafogo F. C. percorreu uma trajetória de glórias e conquistou
oito campeonatos cariocas. Além do campeonato de 1907 e 1910, venceu em 1912, 30,
32, 33, 34 e 35 (tetracampeão do Rio), conquistou também o Torneio Início em
1934 e 1938. O Glorioso disputou de 1904 a 1942: 900 jogos; 492 vitórias; 146
empates; 262 derrotas; 2.505 gols pró; 1.671 gols contra. Maiores artilheiros: 1°
- Carlos Antônio Dobbert de Carvalho Leite com 273 gols em 326 jogos; 2° - Nilo
Murtinho Braga com 196 gols em 223 jogos. Obs: computando inclusive os jogos do
Torneio Início.
O Club de Regatas Botafogo, fundado em 1° de julho de 1894, viveu suas
glórias no esporte amador, principalmente no remo. Era conhecido como o Club da
Estrela Solitária, em virtude de sua bandeira ostentar o símbolo que hoje é a sua
marca registrada. Sua primeira grande conquista foi o Campeonato Brasileiro de
Remo, em 1899, o que faz do Botafogo um clube campeão de três séculos. É o mais
antigo clube multiesportivo do Brasil. Até a fusão, o C. R. Botafogo sempre se
destacou nos esportes náuticos, e sua última conquista foi o Campeonato Carioca
de Pólo Aquático de 1942.
Em 8 de dezembro de 1942 houve a fusão entre os dois Botafogos, que
estavam localizados no mesmo bairro, possuíam as mesmas cores, muitos sócios
e torcedores em comum e a mesma existência vitoriosa.
O Botafogo conquistou, em seus mais de cem anos de existência, mais de mil
títulos em vinte modalidades esportivas em nível municipal, estadual, nacional, sul-
americano, pan-americano, olímpico e mundial. Seus maiores ídolos no futebol foram
os inigualáveis Nílton Santos e Garrincha, dois dos maiores jogadores do século. É
incomparável sua contribuição à Seleção Brasileira, bastando recordar Didi,
Amarildo, Zagallo, Jairzinho, Roberto Miranda, Paulo Cézar Lima, além de Lídio
Toledo (médico), Paulo Amaral, Admildo Chirol (ambos preparadores físicos) e
Rogério (ponta-direita que passou a olheiro devido a sua contusão). A conquista dos
campeonatos mundiais de 1958, 62 e 70 deve-se fundamentalmente ao Glorioso. O
Botafogo é o clube que mais forneceu jogadores a Seleção Brasileira em Copas do
Mundo em todos os tempos.

Extraído do RSSSF.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Voltando à ativa

Olá velhos e novos amigos do BlogBotafogo. Após quase um ano de inatividade (talvez por achar que o blog não poderia ter nenhuma outra postagem após a justissíma homenagem ao Nilton Santos), voltaremos a funcionar à todo vapor. Nas próximas horas as atualizações irão voltar a acontecer e serão mais frequentes que antes.
O campeonato carioca e toda essa rivalidade me inspiram a falar sobre o nosso querido Glorioso. Aliás, não poderiamos deixar de frisar que o Botafogo já demonstrou logo na primeira rodada que continua com aquele futebol vistoso que nos deixou mal acostumados nos últimos anos, porém com muito mais raça e força de vontade, ou seja, receita para o sucesso. Falaremos mais sobre isso nos próximos posts.

Saudações Alvinegras com muita saudade!